Onde estão os médicos, pelo amor de Deus!
A falta de médicos em plantões nos hospitais de Ilhéus não é nenhuma novidade. Esta é uma ferida que não cicatriza e atinge de dor e desesperança cidadãos que precisam desesperadamente do sistema público de saúde. Muda governo, muda direção e o Hospital Regional Luiz Viana Filho, talvez por seu o maior e mais procurado da cidade, simboliza o descompromisso daqueles que, um dia, fizeram o Juramento de Hipócrates, que tem como seu princípio elementar, "o mais alto respeito pela vida".
Porque a direção do Hospital Geral não cumpre o que determina a lei? Por que não expõe na recepção da unidade a lista dos médicos escalados para o plantão do dia? O que temer quem, de fato, está no seu local de trabalho para exercer a função pela qual está sendo (bem ou mal) pago? Vai expor quem? Quem comete o crime de não estar em seu local de trabalho?
É preciso, também, exigir da nova direção do Hospital Regional, um processo de transparência nos debates dos seus problemas. O atual diretor, Cláudio Moura Costa, não pode "esconder" do grande público as medidas que todos esperam que venham sendo tomadas em nome de um discurso de que "trata-se de um problema interno e que, portanto, deve ser resolvido internamente".
Não é.
A população não pode pagar o preço da ganância e do desrespeito de alguns "homens de branco". A sociedade quer saber que medidas estão sendo tomadas para cicatrizar a ferida que, muitas vezes, faz um pai ou uma mãe de família sair agonizante de uma maca à espera de atendimento, direto para um necrotério da cidade, sem seus familiares terem vez e voz de gritar por mais dignidade e respeito à vida?
Doutor Cláudio hoje procurado por uma emissora de televisão regional, para falar sobre a ausência de médicos que provocava caos no atendimento, preferiu o silêncio e, segundo a emissora, disse que este é um assunto que vem sendo resolvido internamente.
A gente já viu este filme antes.
E não teve um final feliz.